sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Espelho

Já se passaram anos. Tantos crimes e nenhuma pista daquele serial killer. O detetive Thomas já estava cansado de tantas cobranças. Sempre que o caso ia ser encerrado, aparecia mais uma vítima. O mesmo padrão, jovens solitárias, e uma rosa deixada pra trás, em cima do corpo.
Thomas tinha problemas de sono. Mal dormia e quando dormia não se lembrava como. Era um sono sem sonhos. Em uma dessas longas noites ele recebe uma ligação. Mais uma vítima tinha sido encontrada depois de alguns dias. Como ninguém notou a falta dela?
Chegando ao local do crime, Thomas observa a sala ao seu redor. Nenhum sinal de briga, nenhuma pista, nada. Ele volta pra casa e sem sono começa a analisar as fotos de todos os crimes. De repente uma luz se acende. Thomas percebe que o assassino não deixava somente a rosa como pista. Deixava, também, um espelho posicionado perto da vítima. Porém, este espelho nunca estava na posição certa, em todas as fotos eles apareciam ao contrário, virados para a parede. Será que esse louco tem vergonha de seu rosto? Por que esse espelho virado? O que, na verdade, ele não quer ver? Eram tantas perguntas sem respostas que Thomas resolveu sair para caminhar.
O telefone toca. Thomas acorda assustado. Mais uma jovem foi achada. O detetive corre em direção a casa da vítima. E lá estava. O corpo, a rosa, o espelho. O que havia de tão assustador que nem o assassino conseguia ver e acabava por virar o espelho?
Pensando em algum motivo e em alguma maneira de capturar o assassino, Thomas voltou para casa.
Alguns dias se passaram. O assassino devia estar passando por algum momento difícil. Ele não matava ao acaso e agora, em menos de um mês, já eram quatro vítimas. Thomas não achava pistas suficientes e tudo parecia levar a um beco sem saída. Sem conseguir dormir, ele sai para caminhar.
No meio da noite, Thomas acorda. Olha ao seu redor, mas não reconhece o quarto. O detetive levanta, vai até a sala e acende a luz. E lá estava mais um corpo, uma rosa, o espelho virado. Como vim parar aqui?
O desespero começou a crescer em Thomas. Ele olha tudo ao seu redor, tentado encontrar alguma resposta. Pensa, até mesmo, em ligar para a polícia. Mas como explicar a presença dele ali?
Então, Thomas caminha até o corpo, fica em pé ao lado dele, de frente para o espelho. A resposta estava ali, tão perto, só que ele ainda não conseguia enxergá-la. Ele estica o braço devagar e vira o espelho.
Nada. Não havia nenhuma mensagem. Somente seu rosto. Envelhecido. Cansado. De mais um dia de trabalho.

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